domingo, 3 de julho de 2011

A DOR DA CURA


Parece loucura – mas poucos querem enfrentar a dor da cura – temos o impulso de manter o estado de doença; claro que essa atitude é um entrave á sanidade e á cura definitiva; tanto no pessoal quanto no coletivo o que interfere na sanidade planetária – não é á toa que a Terra é um planeta doente necessitando de uma cirurgia radical expurgando suas células cancerígenas: nós.

Somos seres em conflito e conflituosos.

Tememos a doença, esse sentimento é inerente á preservação da vida.

Somos capazes de entrar em pânico apenas ao imaginar a possibilidade de adoecer.

Mas com medo da dor da cura – do abrir mão dos interesses mais ocultos:
Nós tentamos combater a moléstia trocando a causa pelos efeitos e, sem perceber a estimulamos, ao alimentar a ilusão de que possa ser curada de forma definitiva num passe de mágica; e esse desvario, faz com que continuemos a destruir a saúde com todos os tipos de maus hábitos, exageros e, principalmente com remédios.
Remédio cura ou ajuda a matar aos poucos?

Onde e com quem aprendemos isso?

Sem perceber claramente (?) nos educamos geração após geração para a doença e o sofrer.
Embora sinalize a irrefutável lógica que, a responsabilidade é relativa ao conhecimento e, ás capacidades latentes já desenvolvidas. A recusa em pensar segundo a prontidão intelectual do momento, é que cria áreas de domínios, explorações e paradoxos. Exemplo: tememos a moléstia que limita e pode levar á morte; no entanto, não valorizamos a saúde, apenas a doença. Essa atitude é produto da educação e da cultura de ganhos secundários com o sofrimento importados ou desenvolvidos aqui mesmo.

Em virtude do valor que damos á educação baseada em raciocínio crítico e valores de ética cósmica – importamos muita porcaria, até científica.
Nossos “índios” não faziam isso; antes de serem contaminados pela visão de mundo alienígena de primeiros mundos.

A cultura importada de tratar a doença e a saúde como uma linha de montagem industrial, sob a batuta de uma pretensiosa ciência a serviço da economia, nos colocou na condição de material de experimentos em todos os sentidos; e pagamos caro para servir de cobaias, seja em recursos financeiros ou qualidade de vida.
No estilo consumista de viver a saúde tem pouco valor até que seja “consumida”; daí em diante, passa a ser um objeto do desejo; vendido a preço de ouro; ás vezes em oferta.
Quantas pessoas até bem instruídas usufruem de uma existência sem sentido; ao passar a maior parte do tempo correndo atrás de diagnósticos mirabolantes, exames sofisticados e tratamentos caros para recuperar um estado de saúde que desprezaram (quase sempre sem consciência plena do que fazem – será?).

Até que as pessoas entendam que nada resolve tudo e, a medicina e o método científico não são exceções à regra.
Quando totalmente atrelada à razão científica ela é neutra quanto a fins, e irremediavelmente, incapaz de responder à questão de como viver, para que viver. Ora, parece que viver, segundo nossos indígenas: é apostar na liberdade de pensar e escolher junto á natureza e suas simples leis.

Doente em qualquer aspecto da ausência de sanidade – o amigo realmente, “veramente”, quer se curar?
Já ponderou com honestidade a relação custo-benefício do teorema: saúde – doença - cura?
Faz uso de remédios de forma contínua?
O que o impede de buscar a cura definitiva e radical?

A dor de ser tu mesmo?
Assumir a responsabilidade sobre teu destino?

Pensar dói?
Desespera?
Angustia?
Deprime?

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