sábado, 17 de abril de 2010

O SISTEMA ATUAL DE SAÚDE - UMA FÁBRICA DE DOENÇAS

A evolução da tecnologia criou uma gama de doenças cada vez mais sofisticadas – nada tão letal assim; o sistema apenas tornou os pacientes mais experimentos do que já eram; e transmutou os profissionais da saúde em funcionários da indústria da doença sob regime de produção – os profissionais da justiça também foram chamados para dançar; há uma enxurrada de liminares e ações propostas para atender pessoas com necessidade de tratamentos experimentais caríssimos; e sempre propostos por um mesmo grupo; atrelado a outro que fornece os produtos. Quem paga é o Estado; ou melhor; nós os consumidores. Claro que tudo que envolve a vida humana é um problema delicado; mas problemas controversos são exatamente os que precisam de discussão aberta e honesta; para que haja um mínimo de consenso entre as partes interessadas.

No arroz com feijão do dia a dia da esteira dos atendimentos, a regra é meio que, made in china: ganhar por produção; a qualidade fica para uma próxima fase.
Quanto mais pacientes o doutor da rede particular e conveniada atende por minuto; mais remédios são receitados; mais exames são pedidos e quem mais produz mais regalias ganha: boa parte dos profissionais presentes nos congressos que ditam condutas nem sempre as mais adequadas, ás nossas necessidades; são os bam-bam-bam do receituário e das solicitações.

No sistema público de saúde funciona ao contrário; o profissional recebe salário para atender durante um número de horas quase nunca cumpridas; e se esforça para atender ao menor número de pacientes possível sem a contrapartida da eficiência – quem ganha com isso? – Quem faz as compras e dita condutas padronizadas a serem seguidas.

Como resolver o dilema das pessoas que migram com rapidez para as alternativas de saúde ao largo da medicina oficial (nada a ver com acupuntura nem homeopatia que fazem parte do contexto)?
São os chamados terapeutas holísticos; muitos fazem cursos por correspondência ou de final de semana – e pasmem; em boa parte das vezes obtêm melhores resultados do que os profissionais do antigo sistema.

Por quê? – Talvez apenas pelo fato de disporem de tempo para ouvir, tocar e sentir as pessoas, trocar energias; pois a quase totalidade de nossas doenças são oriundas do sistema mental, emocional, afetivo e de falta de educação.
Como conseguem isso? – A maior parte apenas pelo fato de não esperarem grandes ganhos, fama ou glória; apenas apostaram numa mudança de perspectiva de vida onde a parte financeira importa; mas nem tanto; daí; eles podem criar tempo para o necessitado de amor e de atenção (uma das causas das doenças).

COMO SÃO CONSTRUÍDAS AS DOENÇAS

Construir uma doença é mais ou menos como fazer um bolo: é preciso juntar vários ingredientes.
Pena que ainda, mesmo entre os terapeutas holísticos, ainda tenhamos o vício cultural (enfronhado no DNA da medicina oficial) de procurar culpados únicos e externos para nossas doenças e sofrimentos.

Esquecemos ou fazemos questão de ignorar; por exemplo:

Tendências inatas:
Cada pessoa traz ao nascer; tendências para adoecer, como se fossem pontos fracos na energia de seu DNA.
Uma das explicações possíveis está no campo da genética. A codificação semelhante no mapa genético das pessoas de uma mesma família faz com que as doenças e as tendências de comportamento tendam a se repetir no grupo.
Uma providência útil para quem se interessa em planejar sua vida em família é catalogar as tendências familiares de adoecer e, de se comportar; para depois, comparar com as que seus filhos começam a apresentar.
Essa tarefa é simples e sábia; pois em prevenir está a sabedoria. Como na vida humana ninguém está condenado a nada para sempre, com discernimento, trabalho e esforço é possível evitar algumas coisas, e conviver bem com outras, já que uma parte das nossas tendências inatas; irá nos acompanhar durante toda a existência.

Quem é o modelo?
Não apenas o que está inscrito em nós genes vai comandar nosso estado de saúde ou de doença. Parte importante desse processo; será copiado e aprendido através da formação de hábitos. Pois, nos primeiros anos quem comanda a vida da criança é o subconsciente, e cada uma tende a se identificar com alguém da família copiando comportamentos e até as formas de adoecer.
Interessante tentar estudar quem foi o modelo que a criança adotou, pois, uma vez identificado, a tarefa seguinte é ajudá-la a perceber e a eliminar as características copiadas que não trazem bons frutos, como doenças por exemplo. Essa não é uma tarefa complicada, pois é mais fácil sempre; observar as coisas acontecendo outros. Observe como pessoas que costumam pensar, sentir e agir de forma parecida; também apresentam doenças semelhantes.

Tendências adquiridas:
A educação a que a criança é submetida leva à formação de hábitos, reforça tendências e estimula compulsões inatas.
Como o peixe que morre pela boca - boa parte das doenças decorre dos hábitos alimentares que formamos ao longo da vida.

Influências ambientais:
O ambiente em que a criança é criada e vive, exerce poderosa influência em sua qualidade de vida.
Problemas de meio ambiente como: clima, poluição ambiental, qualidade do solo, água..., afetam a saúde. A qualidade humana das pessoas que compõem o meio social e familiar em que a criança vive também são fatores da maior importância.

Influência da personalidade:
Muitas das características da personalidade e do temperamento de cada pessoa são capazes de gerar doenças, inclusive na criança. Essa é uma das razões a explicar porque irmãos e mesmo gêmeos adoecem de forma tão diferente e variada. Ao se estudar com mais atenção a personalidade de uma criança é possível associar cada uma das suas características às doenças que costuma repetir.
Características tão comuns como ansiedade, medo, raiva, ira, inveja, agressividade, tendência á mentira e ao roubo, impaciência; enfim, todas as doenças da alma humana têm como destino o corpo físico levando mais cedo á morte com ou sem paradas em hospitais.

Conflitos emocionais:
A forma como cada pessoa lida com as emoções que se apresentam no dia a dia; tem uma participação especial na formação das doenças e na qualidade de vida.
A maior parte dos conflitos infantis está localizada num nível subliminar no subconsciente; mas quase sempre se exteriorizam na mudança de comportamento súbita ou gradativa, e com boa vontade e treino os pais conseguem antecipar a somatização (efeito do conflito emocional no corpo físico – como febre, gripe, pneumonia, amigdalite, viroses, etc.).
Como cada um de nós repete padrões de comportamento é possível perceber e até evitar que a criança adoeça corrigindo ou atenuando o conflito. Certos padrões de comportamento da criança são recados bem simples, claros e diretos aos adultos.

Ação do sistema de saúde atual:
Efeitos colaterais em cascata; amedrontamento; vacinoses; erros de atuação; criação de doenças artificiais: menopausa, andropausa, disfunção erétil; infecções hospitalares; medicação de uso contínuo...

O que fazer para que o sistema de saúde deixe de ser uma fábrica de doenças?

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

REFLEXÕES SOBRE O ESTRESSE CRÔNICO: UM SÉRIO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Bobão!

Um bicho vai te pegar! Não é brincadeira de criança tentando assustar outra. É uma grande e crônica mentira íntima. É a mente enganando o corpo vinte e quatro horas todos os dias durante muitos anos. O estresse crônico é a materialização de uma ilusão criada pela mente neurótica e doentia, que se torna rapidamente paranóica. O bicho que vai nos devorar é: não tenho isso..., desejo aquilo..., não serei capaz de..., o dólar vai subir..., as ações vão abaixar..., não vou..., vou ser assaltado na primeira esquina da vida. Um tipo de paranóia que o corpo é incapaz de identificar como real ou imaginária. Ele sempre se prepara frente ao perigo para atacar ou sair correndo...

Será que isso tem cura?
E de quem é a culpa?
Como mostramos no livro “Educar para um mundo novo”, antes de rotularmos a neurose como um distúrbio psicológico ou uma doença, a condição neurótica representa um estilo de vida. Não adianta ficar à cata de culpas nem desculpas para justificar o que estamos sentindo na “pele”: dores no corpo que teimam em não ceder a analgésicos, tendinites, cansaço crônico, problemas de visão, tonturas sem explicação, memória cada dia pior, raciocínio cansativo... Isso parece uma praga que se alastra como um incêndio em dia de vento forte.
A verdade é que o estresse crônico veio para ficar, e vai tornar-se rapidamente um sério problema de saúde pública, pois é um subproduto do estilo neurótico de viver adotado pela maior parte das pessoas; e do qual; raras delas; conseguirão se livrar sem mais nem menos, num passe de mágica ou num golpe de sorte.
Como não poderia deixar de acontecer no tipo de cultura e de sociedade em que vivemos; ele foi elevado à categoria de entidade mórbida ou uma coisa capaz de causar doenças por si só. E daí: a indicação e venda de remédios mágicos e de atitudes miraculosas para curar os efeitos do estresse crônico é o que não falta. O problema é que quem estiver em busca apenas de milagres ou de golpe de sorte para resolver esse novo problema vai “dar com os burros n’água”.
Para resolver de fato o problema, dentre muitos procedimentos e providências a serem adotadas; uma delas, é a de gerenciar melhor a vida. Administrar a situação em que nos encontramos e usar os recursos com mais sabedoria sem acreditar em mágicas, nem em soluções simplórias, é o melhor que podemos fazer nas atuais circunstâncias.

Dá para fazer uma analogia entre o homem e a empresa frente às rápidas mudanças no mundo contemporâneo.

Planejamento, gerenciamento e execução são conceitos chaves na saúde financeira e na vida de uma empresa; é o diferencial entre continuar a existir ou falir. Quando são feitos de forma informal ou sem qualidade, o primeiro passo é o endividamento que pode desembocar na concordata ou na falência. E, a primeira opção para sair da crise é buscar recursos externos, empréstimos, por exemplo. No entanto, mesmo com esses recursos, se a forma de planejar, gerenciar e executar continuar a mesma, a falência é certa, e com uma dívida ainda maior a ser paga. Usando a mesma linha de raciocínio: uma vida humana mal planejada, mal gerenciada e com execução mal feita vai desembocar: na doença, sofrimento, morte em vida (depressão, angústia, pânico, etc.). Os recursos externos como os remédios e os tratamentos médicos; são como o empréstimo bancário para a empresa; só isso, não vai resolver o problema e pode até agravá-lo. Para continuar a viver com um bom padrão de qualidade, é absolutamente necessário compreender melhor nosso destino e as leis que regem a vida do homem.
E, em se tratando de estresse crônico e suas conseqüências; é vital compreendê-lo e saber diferenciar uma situação natural e aguda de outra crônica e doentia.

Como começar a resolver o problema?
Antes de tudo é preciso aprender a diferenciar o útil estresse agudo do inútil estresse crônico.
O estresse agudo é um poderoso recurso da evolução das espécies. E todo ser vivo experimenta situações de risco. Estar vivo já é uma situação de risco e de estresse. Sobreviver e assegurar a continuidade da espécie envolve uma infinidade de crises na vida de cada criatura e do grupo biológico ao qual pertence. A repetição e a alternância entre as necessárias situações de estresse agudo; e os períodos de calmaria permitem a incorporação do aprendizado que cada uma dessas situações traz consigo.
O próprio corpo necessita de um tempo para se recuperar; caso contrário, definha ou adoece, e o ser morre. Nesse processo, todas as reações dos seres vivos e o desenvolvimento dos instintos são acelerados pelas situações de crise de sobrevivência que chamamos de reações de estresse agudo.
Na vida animal elas são sempre reais, ocorrem de verdade. A reação a ser desenvolvida é: atacar, defender ou correr. Quem não consegue morre ou é devorado.
Entre nós a situação se complica um pouco para quem tem preguiça de pensar. Pois, o homem tem um problema: quer queira quer não, pensa. O pensar de forma contínua é irreversível, e leva a escolher, a tomar atitudes ou a sonhar, fantasiar. Escolhas referendadas pelas atitudes geram efeitos em si, nos outros e no ambiente em que vive. Então, devemos analisar melhor o que pensamos para não ficarmos inventando problemas, imaginando dificuldades, alimentando o medo e a ansiedade doentia (chamam a essa atitude: paranóia). Pois, sonhos ou imaginações mesmo que não sejam postos em prática, não sejam executados, são capazes de levar o organismo a produzir substâncias, mediadores químicos, hormônios, tudo isso, é capaz de agir no corpo físico desenvolvendo à mente sensações desagradáveis e doentias.
Outro fato; que gera mais estresse é a desarmonia na personalidade e no caráter: instintos, razão, emoção e sentimentos não concordam; um quer uma coisa e outro deseja outra. Não estão ainda integrados sob o comando da razão. No candidato a ser humano o desencontro consigo mesmo gera na intimidade do homem crises atrás de crises que se traduzem na forma de conflitos: pode não pode, devo não devo...

Ser ou não ser?

Poucas dessas crises tornam-se conscientes; a maior parte permanece no subconsciente. Por isso, não percebemos que criamos para nós mesmos e para os outros embaraços e estresse desnecessário e inútil.

Somos capazes de fazer abstrações (potencializada cada vez mais pela mídia de ação rápida); de criar uma vida imaginativa povoada de sonhos, desejos, medos, angústias.
Pela pobreza do raciocínio crítico; ancoramos na capacidade mal conduzida de imaginar, inventar e criar; aí está a raiz do problema do estresse crônico.

Ele é uma ilusão mental/emocional individual e coletiva.
Até aí, tudo bem; o perigo disso; reside no fato de que tudo que acontece no campo da energia pode se concretizar e se materializar nesta dimensão.

O estressado crônico logo começa a trazer para o corpo sua desarmonia na forma de distúrbios do metabolismo: aumento da produção de colesterol, concentração de gordura abaixo da linha da cintura; alterações na produção dos hormônios, especialmente aqueles diretamente relacionados com o instinto de defesa da vida: adrenalina, acetil/colina, vasopressina, cortisol, serotonina, etc.
O número de situações de estresse real a que as pessoas estão submetidas no dia a dia é mínimo se comparado com os episódios de estresse mental/emocional; que elas mesmas criam ou alimentam para si.

Todos nós estamos sujeitos a situações nas quais nossa vida corre risco: acidentes, ataques de animais, agressões, assaltos, etc. No entanto, essas situações são (ou eram) mais ou menos esporádicas e o corpo e mente tem tempo suficiente de se recompor.
Os perigos nas relações (especialmente as de trabalho) são bem paranóicos: na cabeça de muita gente rola o tempo todo; a idéia de se defender das artimanhas dos outros; como se todo mundo fosse passá-lo para trás. Muita gente passa boa parte do dia maquinando como derrotar seus ilusórios inimigos ou seus concorrentes, incrementando um estresse mais do que doentio: mortal.

Resumindo:

Muitas são as situações habituais que geram estresse inútil e doentio:
• O sujeito se esgota ao tentar controlar a vida dos outros, ou tentando manipular os acontecimentos querendo bancar o deus.
• Alguns orgulhosos e controladores pensam que apenas eles fazem as coisas bem feitas e trazem para si toda a responsabilidade de tarefas que podem e devem ser delegadas aos outros.
• Os incompetentes para assumir vida como humanos de fato passam a centralizar toda a sua vida apenas no trabalho, esquecendo todas as outras tarefas. Viciam-se nele e se desesperam quando são descartados ou substituídos por outros.
• Os escravos da rotina que aliena.
• Os gulosos que querem atingir tudo de uma vez.
• Os crédulos e preguiçosos de pensar que se deixam escravizar pelos valores transitórios criados pela mídia que a cada dia cria novos objetos do desejo.
• Os que imaginam que fazer a tarefa dos outros para tornar-lhes a vida muito cômoda vai levá-los ao céu ou paraíso.
• Os inseguros que tentam se afirmar a qualquer preço, através da valorização do ter, possuir, aparentar.

Cura definitiva x cura paliativa:
Como mostramos em nosso livro “Saúde ou doença: questão de escolha”. Na hora de tentar resolver a perda da qualidade de vida que ela traz não adianta tentar terceirizar a responsabilidade pela resolução definitiva.

Outro problema a ser resolvido é que o estresse vicia.

Criamos um tipo de dependência ao produzir algumas substâncias em níveis mais elevados do que o normal e passamos a depender psicologicamente das sensações que elas produzem. Na fase de baixa ou de depressão orgânica do estresse todo mundo almeja ir para um lugar sossegado e descansar, relaxar. No entanto, logo depois de algumas horas ou de poucos dias o sujeito passa a se entediar e não vê a hora de voltar ao batente. Isso, quando consegue realmente se desligar durante o repouso. Daí vem a pergunta: - será que estou viciado em situações que levam ao estresse? Podemos dizer que sim, pois os hormônios liberados durante a reação de estresse criam uma situação de aumento de criatividade e de resolução de situações fora do comum e a pessoa, sem perceber, passa a buscar mais adrenalina e outros hormônios liberados nessas situações até em momentos de lazer: esportes radicais ou perigosos, entretenimentos com elevado teor de clima de suspense ou de terror...

Também há o risco de se criar dependência química nas fases de depressão energética e física no pós - estresse.

Muitas pessoas passam a se dopar com estimulantes para levar um simples e corriqueiro cotidiano tornando o seu futuro bastante sombrio.
Entrar em qualquer situação desse tipo que vicia é muito fácil; sair é complicado principalmente devido a dois fatores: falta de vontade e desonestidade de propósitos. As pessoas mentem para si mesmas e para os outros quando dizem que não são capazes de sair de uma determinada situação viciosa; na verdade, elas desejam continuar nela. Mais fácil, eficiente e simples para nós seria admitir que ainda não desejamos largar o vício e que assumiremos as conseqüências sem desculpas, revolta, nem choramingos.

Eliminar o vício do estresse crônico exige discernimento, boa vontade e capacidade de executar. De fato, a cura definitiva ainda não é para qualquer um não...