sexta-feira, 26 de agosto de 2011
DIGESTÓRIOS: A EVOLUÇÃO DOS VOMITÓRIOS
O progresso da ciência e da tecnologia conduziu-nos a um momento crítico que está a exigir de todas as pessoas alguns questionamentos. Dentre eles: a preservação da saúde, o tratamento das doenças, a cura, a interação do homem com o meio ambiente e a relação de tudo isso com os critérios de alimentação em uso.
É lógico e natural que devemos comer para viver mais e com melhor padrão de qualidade. Então, o que nos leva a usar o alimento como uma espécie de arma capaz de provocar um tipo de autodestruição inconsciente?
Geração após geração, as pessoas usam o alimento como forma de prazer ou como compensação para a ansiedade cada vez mais doentia, deteriorando a saúde e até acelerando a chegada da morte – decorrente do sistema cultural, nós comemos sem ter fome.
Para os pessimistas que vivem dizendo que o mundo está cada vez pior; podemos dizer ao contrário.
Hoje somos muito mais práticos, requintados e higiênicos.
Substituímos os antigos e nojentos vomitórios da época do império romano por medicamentos de última geração.
Naquela época, em certas ocasiões, as pessoas se empanturravam de comida e de bebida, depois corriam para essa espécie de digestório para enfiar o dedo na garganta, provocar o vômito e logo voltar a comer e a beber. Santo progresso; na atualidade as pessoas usam vários tipos de remédios como aperitivo ou sobremesa com a finalidade de permitir-se alguns prazeres ou até continuar a usar outras drogas para tratar doenças quase sempre causadas por hábitos inadequados; inclusive alimentares.
Na antigüidade essa atitude não representava tanto perigo quanto hoje; pois o estresse crônico, e o envenenamento da agricultura e da indústria de alimentos; vai nos deixando numa saia de livre arbítrio cada vez mais justa.
Devemos esse novo fator de complicação à chamada modernização, no caso, da agricultura.
Na vontade de aumentar a produtividade para alimentar um número cada vez maior de pessoas, está embutida a idéia de apressar tudo: engordar os bichos o mais rápido possível, forçar o desenvolvimento das plantas com adubos químicos, matar as pragas vegetais e parasitas com venenos. A idéia em si até que não é má; no entanto, um pequeno detalhe foi esquecido: os humanos.
Embora, se levarmos em conta o desenvolvimento da inteligência e da ética cósmica, substituir vomitórios por digestórios possa parecer perigoso e até um retrocesso – sob muitos aspectos, não é.
Terra é planeta escola; não colônia de férias – os alunos (terráqueos) que aqui hoje aprendem; em teoria deveriam estar mais evoluídos em todos os sentidos para enfrentarem essas mudanças que representam e facilitam o progresso; do que os viventes da época do império romano. Estamos em momento de seleção. Evidente que o risco envolvido nas escolhas atuais deva ser maior – isso é lógico - afinal para aluno de primeiro ano: matéria de primeiro ano – para aluno de segundo ano: matéria de segundo ano.
Passar de fase nesta escola é fácil.
Uma simples dose de raciocínio várias vezes ao dia pode substituir tanto digestórios quanto vomitórios.
Viva os digestórios.
Nada contra os antigos anoréxicos...
Antes que me esqueça: digestórios engordam.
Namastê.
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